segunda-feira, 7 de março de 2016

Delcídio incrimina Lula e Dilma - por Lúcio Flávio Pinto

Os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e Erenice Guerra, que participaram dos governos Lula e Dilma,receberam propinas em obras do setor elétrico, como a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.
Esta é apenas uma das bombásticas revelações feitas pelo senador Delcídio do Amaral, ex-líder do PT no Senado, reproduzidas pela revista Istoé, em edição especial que começou a circular hoje, com nada menos de 400 páginas.
A revista paulista garante que essas revelações “ formam o mais explosivo relato até agora revelado sobre o maior esquema de corrupção no Brasil – e outros escândalos que abalaram a República, como o mensalão".
Seus principais itens:
– O ex-presidente Lula foi o mentor do encontro de Delcídio com o filho de Nestor Cerveró. O senador seria o intermediador de pagamentos à família de Cerveró.  De acordo com Delcídio, Lula comandou o esquema de pagamento. Lula não queria que o ex-diretor da Petrobras mencionasse o esquema do pecuarista José Carlos Bumlai na compra de sondas superfaturadas feitas pela estatal.
– Delcídio relembrou ainda o Mensalão. De acordo com o senador, Lula e o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci, em meados de 2006, articularam o pagamento a Marcos Valério para que ele se calasse sobre o mensalão. O dinheiro, um total de R$ 220 milhões destinados a sanar uma dívida, segundo Delcídio, foi prometido por Paulo Okamotto.
– Lula “tinha pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu direta e pessoalmente para barrar as investigações - inclusive sendo o mandante do pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas”.
– Delcídio disse que, atualmente, o que mais preocupa o ex-presidente Lula é a CPI do Carf. As investigações envolveriam seu filho.
6 – Dilma tentou por três ocasiões interferir na Lava Jato, com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio
– A presidente Dilma articulou a nomeação de ministros do STJ com o objetivo de favorecer os envolvidos na Lava Jato.
– Dilma teria nomeada para o STJ “um ministro que se comprometeu a votar pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato”.
Delcídio teve uma reunião privada com a presidente para falar sobre o ministro do STJ. Os dois conversavam enquanto caminhavam pelos jardins do Alvorada, quando Dilma solicitou que Delcídio, na condição de líder do governo, “conversasse como o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”, da Andrade Gutierrez.  Navarro “ratificou seu compromisso, alegando inclusive que o dr. Falcão (presidente do STJ, Francisco Falcão) já o havia alertado sobre o assunto”. 
– A presidente fez de tudo “para manter na estatal os diretores comprometidos com o esquema do Petrolão”.
– A indicação do ministro Navarro Ribeiro para o STJ tinha o objetivo de livrar Marcelo Odebrecht e outros empresários.
– Há informações sobre os bastidores da compra da refinaria de Pasadena. “Dilma tinha pleno conhecimento de todo o processo de aquisição da refinaria. A aquisição foi feita com conhecimento de todos. Sem exceção”. Delcídio disse que a presidente sabia que havia um esquema de superfaturamento.
– “Diferentemente do que afirmou Dilma Rousseff em outras oportunidades, a indicação de Nestor Cerveró para a Diretoria Financeira da BR Distribuidora contou efetivamente com a sua participação”. 
– O senador Delcídio do Amaral descreve uma operação de caixa dois na campanha de Dilma em 2010 feita pelo doleiro Adir Assad. Segundo Delcidio, o esquema seria descoberto pela CPI dos Bingos, mas o governo usou a base de apoio no Congresso para barrar a investigação dos parlamentares.
“Uma das maiores operações de caixa dois da campanha de Dilma em 2010 foi feita através de Adir Assad. Orientados pelo tesoureiro da campanha, José Filippi, os empresários faziam contratos de serviços com as empresas de Assad, que repassava os recursos para as campanhas eleitorais. Esse expediente foi largamente utilizado e o encerramento prematuro e sem relatório final da CPI dos Bingos deveu-se exclusivamente a esse fato. Quando o governo percebeu que as várias quebras de sigilo levariam à campanha de Dilma, determinou o encerramento imediato dos trabalhos”.
– Delcído diz que os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rego (PMDB-PB) e os deputados Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (SD-PR) cobravam de empreiteiros para não serem convocados na CPI da Petrobras.
Fonte: https://lucioflaviopinto.wordpress.com/2016/03/03/delcidio-incrimina-lula-e-dilma/

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